domingo, 23 de maio de 2010

21 de maio - Amber Fort e Chokhi Dhani

Acordei cedo para irmos conhecer o Amber Fort, pois tinha o interesse de subir a colina de elefante, e como o calor está muito forte isto só pode acontecer de manhã cedo.
O forte é uma enorme construção na colina e era o palácio dos primeiros 3 marajás, e ao lado fica a antiga cidade de Amer, onde residiam os artesãos do reino. A construção no alto facilitava a defesa contra invasões. Depois que foi construído o palácio e a cidade de Jaipur, na planícies entre largos morros.
Havia um grupo de espanhóis visitando o local e a subida estava bastante cheia. Uma grande quantidade de vendedores ambulantes ofereciam insistentemente souvenires a preços bem inflacionados. Como eu tenho cara de indiano ele não me amolavam tanto, e Ram sempre interferia falando em hindi quando um ou outro começava a chatear. Os espanhóis não tinham tanta sorte.
Para montar no elefante havia uma plataforma elevada, visto que o berço onde a gente viaja em cima do elefante fica a mais de 2 metros de altura. O elefante se aproxima e a gente entra no pequeno berço, com uma ou duas pessoas, para subir a colina. Como Ram é bem descolado ele conseguiu que eu fosse sozinho no berço, especialmente porque à minha frente tinha uma senhora espanhola do tipo bem extravagante, super assediada pelos ambulantes, e eu não queria ir com ele de jeito nenhum.
Andar de elefante não é lá confortável, o berço balança bastante de um lado pro outro, mas é uma experiência fantástica estar a 2,5 metros de altura em cima de um animal gigante.
Chegando ao forte Ram me indicou um guia, que se mostrou muito gente boa e falou várias coisas interessantes sobre o forte. São 3 palácios juntos, cada um morada de um marajá. O primeiro, mais antigo, tinha 12 esposas, e 36 concubinas. O segundo, o mais decorado, tinha 2 esposas e umas 11 concubinas, e o terceiro, o mais moderno, tinha 8 esposas e umas 20 concubinas. Fiquei invejando muito aqueles marajás, mas observei que o palácio mais rico em detalhes era o segundo, que tinha menos mulheres, e daí fiquei pensando que ou o cara era meio viado ou então a grande verdade é que se você tem muitas mulheres então não vai sobrar dinheiro nenhum pra gastar com suas propriedades.
Deixarei as fotos falarem do palácio por mim, só vou acrescentar que havia apenas um templo no palácio, dedicado a Kali, ela é esposa de Shiva, deus da construção e destruição, e é uma deusa associada a guerra e morte, trajando um enorme colar feito de cabeças de homens. Achei muito curioso a guerra ser associada a uma deusa feminina, e não a um masculino, como o Marte romano. Material bom para minhas reflexões lisérgicas.
De lá o guia me levou no conjunto de lojas para turistas da cidade de Amer, comentando que lá é que existem os melhores artesãos da região, muito tradicionais, e os melhores tapetes da Índia, com a vantagem de serem muito mais baratos do que Jaipur, pois não tem impostos para produção de artesanato manual lá. Bem, vou só comentar que o vendedor era tão bom, e a qualidade do tapete me impressionou tanto, que não consegui resistir e comprei um. Não sei onde vou usar, já que nem casa tenho, mas sei que é daqueles que duram 50 anos tranquilamente.
À noite Lokesh e Bhupendra me levaram para conhecer a cidade histórica de Chokhi Dhani, quer dizer, eu achava que era uma cidade histórica, mas chegando lá vi que era mais um parque temático, construído para turismo mostrando os antigos ambientes e tradições do Rajastão, incluindo as comidas típicas. O ambiente era muito bem cuidado, com muitos turistas da região mesmo, e várias atividades pra família. Aproveitei para dar uma volta de camelo e tirar várias fotos.
Uma coisa quero registrar aqui sobre Lokesh e Bhupendra, todas as vezes que vamos sair pra qualquer lugar a primeira coisa a fazer é ir a um bar tomar cerveja. Todas as vezes eles vão antes para um bar beber, e depois que vão para o lugar em questão, já que só os bares é que vendem regularmente cerveja, alguns restaurantes vendem, mas a maioria não, e nenhum evento ou festa permite que se beba nada alcoólico. Que diferença pra nossa cultura alcoólatra!

2 comentários:

  1. Tira foto das cervejas pra mim??? Rs... E se puder traz uma garafinha vazia, no final da sua viagem, pra minha coleção? rs...
    Tõ adorando ler suas historias!
    beijao

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  2. Oi Alex, muito bom pegar carona na sua viagem. Fantástico conhecer um pouco, através de seus textos e fotos, a cultura de outros povos. Fantástico!

    Liz Senna

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