quarta-feira, 19 de maio de 2010

16 de maio - Shopping

Acordei por volta da 11h. Havia o plano de ir visitar o forte Amber fazendo o trajeto montado em um elefante, mas isto só poderia ser por volta das 8h da manhã, porque após as 10 o sol fica muito forte e não é mais possível. Perdi a oportunidade de viver esta experiência, mas estou planejando outra ainda mais marcante.
Fomos de carro mesmo visitar o forte. Muito bonito o local, e o forte era gigantesco, mas estava fechado naquele dia, pois havia morrido um ex-presidente da Índia que era do Rajastão e foi decretado luto oficial.
Bem, como não havia muito mais o que se ver, Ram sugeriu irmos fazer compras, das coisas que tinha comentado com ele que queria ver por aqui. Ele ligou pra uns amigos e lá fomos nós nas lojas de souvenirs.
Falei pra todo mundo que não levaria presentes pra ninguém, mas acabei não resistindo e comprando várias coisas. Não estou pensando em ninguém em específico para cada coisa que compro, pois a lista seria grande. Como as coisas são bem baratas estou comprando várias para chegando no Brasil montar uma espécie de bazar indiano de presentes.
Depois Ram me levou a um bom restaurante. Pela primeira vez comi algo realmente bem preparado, e com pouca pimenta, embora ainda não tenha achado nada muito saboroso. Acho que Ram entendeu que só gosto de comida boa, depois da ocasião em que ele parou para comermos na estrada e pediu algo lá em uma venda de rua. O rapaz preparava tudo em uma única grande panela, pegando nas coisas com a mão, e quando montou um pratinho pra me dar pegou um biscoito qualquer, esmagou com a mão e jogou em cima do prato. Posso ser bruto pra várias coisas mas pra comida sou muito sensível. Olhei para aquele prato com uma sensação de asco e falei pra Ram que não queria não. Ele comeu sem problemas, e me apontou um carrinho de sanduíche logo ao lado. Fui lá, pedi qualquer um sanduíche, dei duas mordidas e aquele ambiente sujo, com centenas de pessoas, naquele sem fim de barraquinhas à beira da estrada, e aquele cheiro de lixo e esgoto me nausearam. Dei o que restou do sanduíce para um garotinho pedinte e fomos embora.
Aliás, se algumas pessoas acham que como pouco se espantariam me vendo comer quase nada por aqui. Os pratos já são pequenos, e eu como menos de metade, além de continuar me abstendo de carne. Tenho notado então algumas diferenças no meu humor, vou continuar observando para verificar se são mesmo efeitos da mudança na alimentação, ou no ritmo de sono.
Bem, após o almoço Ram me levou para conhecer um templo dedicado a Shiva. O templo tinha uma aparência bem decadente, mas era bastante frequentado. Havia uma entrada estreita por um portal que daí abria para uma área aberta ao centro. Tirei os sapatos como em todo templo, e continuei descalço. À esquerda vários homens oravam sentados, ao redor de uma grande escultura dourada de uma vaca. O que me chamou a atenção foi que os homens estavam sentados ao redor da vaca, mas olhando para o templo interno de Shiva, ou seja, alguns estavam de frente pra escultura, e outros de costas. Mais adiante várias pessoas entoavam cânticos e fui olhar de perto. Era como uma pequena capela com várias imagens de Shiva pela parede, e uma área central com uma espécie de caixa embutida de aço inoxidável com uma pedra marrom polida no meio e um bezerro dourado em uma lateral. As pessoas ao entrar tocavam no piso do templo e beijavam a mão, ou se abaixavam e beijavam o chão, depois tocavam um sino pendurado no alto. Ao redor da caixa uns 5 homens estavam sentados entoando uma espécie de ladainha, derramando água ou leite sobre a pedra, e esfregando a mesma. Alguns passavam a mão na pedra úmida e pegavam um pouco da mistura para pingar na boca ou cabeça, outros alisavam os pés da escultura de Shiva e baijavam a mão. Fiquei lá um pouco observando o ritual.
De lá fomos visitar o templo Birla. Este templo era bem diferente do outro pois o espaço era muito suntuoso, limpo e organizado, inclusive com lugar para guardar os sapatos que cobrava 1 rúpia. Ram me falou que é o templo que as pessoas ricas e famosas da Índia frequentam, e eles constroem grandes e belos templos por toda Índia. Era uma construção muito bonita, inteiramente em mármore branco. Lá dentro não haviam mesas ou cadeiras, apenas um grande salão onde as pessoas sentavam no chão e um espaço menor, como uma capela, onde ficavam as imagens e adornos de flores. No pé das imagens alguns pássaros bicavam das oferendas que haviam sido colocadas, e ao lado um monge silenciosamente entalhava alguma coisa em madeira. Haviam também vários deuses entalhados em baixo relevo nas paredes, e belos vitrais nas janelas.
Lokesh estava ocupado o dia inteiro, mas à noite nos encontramos e fomos comer algo rápido. Como já era tarde os restaurantes estavam fechados e fomos em uma espécie de lanchonete 24h. Quer dizer, lanchonete só por não ser um restaurante, mas a comida era a mesma de sempre, todos os lugares aqui servem praticamente a mesma coisa, o chapati com os molhos picantes.
Ficamos lá conversando sobre a Índia, as castas, e coisas do tipo antes de eu voltar pro hotel pra dormir.

2 comentários:

  1. Léo, assim vc vai voltar magrinho, rs.

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  2. Amigo, tô até imaginando esses cardápios exoticos! rs... Da próxima vez tem q estocar comida na mala.
    Ahhhh e lembrando bem, quem viaja traz presente!! ehehehehehe. E a India é a minha cara né? kkkkkk
    Tô adorando a sua viagem.
    Beijo!

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